Autora lança obra influenciada pelos trocadilhos em nordestinês na 33ª Feira do Livro de Brasília
Ela é goiana, mas é arretada nas rimas e nos trocadilhos em nordestinês que herdou por influência dos pais. Não à toa, como recita em cantoria “Eu sou enfermeira-artista, a poetisa do cuidar. Eu gosto de carne seca e também de mungunzá. Simbora, gente pra Feira, Meu livro de Cordel vou lançar!”.
Enfermeira, atriz, poetisa, especialista em saúde pública, mestre e doutora em educação, a artista radicada na capital federal, Onã Silva, já publicou mais de 20 obras pelo Brasil afora. Recebeu, ainda, o título de recordista homologado pelo Rank Brasil com o primeiro livro sobre histórias de enfermagem que utiliza a literatura de cordel – Histórias de Enfermagem no Universo de Cordel (2013). Afinal, ela vale-se da arte, das suas letrinhas criativas e da sua experiência com saúde pública para interagir com o público, promover o acesso e o cuidar.
Agora, a escritora que ficou conhecida como Onã Silva, A Poetisa do Cuidar traz para a 33ª edição da Feira do Livro de Brasília o inédito Cordel do Trabalhador: do Labor Até o Burnô. A feira será realizada de 16 a 25 de junho, no Pátio Brasil Shopping (Setor Comercial Sul). Onã revela nas suas letras leves – mas nem por isto menos sérias – os direitos do trabalhador, a cidadania e os assédios morais em ambientes de trabalho. O livro será lançado na feira e exibido para o público no dia 24 de junho (sábado), às 18h.
Na ocasião, a artista recitará os arretados cordéis trabalhistas acompanhada de atores. A obra estará à venda por R$ 20. A autora aproveitará também o momento da feira para lançar os livros Estomaterapia: Cuidado à Fina Flor da Poesia e Sai Pra Lá Com Essa OS, A Saúde do Povo Agradece no dia 18 de junho (domingo), às 17h, no Pátio Brasil Shopping.
Cordel do Trabalhador: do Labor Até o Burnô é uma obra publicada com apoio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, com recursos oriundos do FAC – Fundo de Apoio à Cultura.
Versos sérios, acessíveis e nada avexados “É direito, não é mimimi. O patrão tem que admitir. Bato ponto em ponto, não aceito salário com desconto. De olho na aposentadoria para seu salário não virar mixaria”. Estes versos rimados, tão atuais para o momento de crise que assola o Brasil e seus trabalhadores, ganham cores e acessibilidade nas letras rimadas de Onã Silva. Em 120 páginas e 20 cordéis, o novo livro da escritora Cordel do Trabalhador: do Labor Até o Burnô fala de aposentadoria, deveres, salários, carga horária excessiva, saúde ocupacional, adoecimentos.
Estes temas baseados nas leis trabalhistas de difíceis interpretações viraram versos de cordel nos lápis e canetas da poetisa que, com leveza, chega ao público para mostrar os seus direitos sem complicações. A autora visa esclarecer para o leitor trabalhador os problemas graves que os acometem diariamente nos ambientes de trabalho. Não à toa, o termo “burnô” (grafia usada para fins de cordel) vem da Síndrome de Burnout, doença advinda do estresse crônico no trabalho. Também enfermeira, a escritora aborda esse esgotamento que afeta diretamente à saúde. “Fiquei por um bom tempo pesquisando as leis trabalhistas e quis ressignificá-las por meio do cordel. Todos nós, trabalhadores, devemos estar atentos à nossa saúde psíquica e física”, pontua Onã.
Feira do Livro de Brasília
A Feira do Livro de Brasília chega à sua 33ª edição com mais de 100 expositores, dentre livrarias, editoras, distribuidoras e revistas. Além de homenagear o artista Belchior, o evento deste ano conta com as temáticas de inclusão e cidadania.
De 16 a 25 de junho, no Pátio Brasil Shopping.