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ESCURIDÃO

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Edvaldo… Jovem…
Mas… semblante cansado
Rosto de ancião
Olhar cabisbaixo
Desviando-se de olhares
Que procuravam ver seus olhos vermelhos
Longínquos da realidade
Torturados por alucinações que fervilhavam
Insossegadamente na cabeça
Dominada pela droga.

Edvaldo sorria…
Sorriso sem graça
Sorriso esquisito
Efeito da droga, da qual dependeu
E pagou um preço fatal
– a própria morte –
Edvaldo morreu
E não teve tempo sequer para sonhar
Sonhar sonhos livres
Sem cabeça feita.

Certamente Edvaldo
Procurou numa tragada
Escape para seus problemas
Mas, qual!… o vazio alastrou
E a droga, víbora astuta,
Enrodilhada nas suas veias
Fê-lo um preso
Até a morte.

Certamente Edvaldo
Após algumas tragadas
Sentiu que seus passos não eram firmes
Havia rédeas em todas as juntas
Que o conduziam
Para um caminho sem luz
Onde as trevas o cobriram
Ele não pode ver o Sol
E agoniado entre soluços
Entregou-se à escuridão.

* Poesia inspirada em história real (Edvaldo morreu em 1986, aos 22 anos)e publicada no livro O Sol da Justiça, de minha autoria

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Escrito por

Formada em Enfermagem (Universidade Católica de Goiás) e Artes Cênicas (Faculdade de Artes Dulcina de Morais, Brasília), Especialista em Saúde Pública (UnB), Mestre em Educação (Universidade Católica de Brasília) e Doutora (Universidade de Brasília-UnB). Exerce, além da profissão de enfermeira, a educação em saúde, envolvendo a cultura e outros saberes, sendo facilitadora de oficinas/palestras nas áreas de criatividade, teatro, dinâmicas, atividades lúdicas, arteterapia e outros temas.

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